
TEUJ - Tenda Espírita
Unidos por Jesus
Panelinhas do Terreiro
Na Umbanda, o médium passa por três estágios:
o da empolgação, o do desânimo e o da firmeza.
E só chega à firmeza quem aprende a lidar com as diferenças humanas — dentro e fora da gira.
Quando o médium entra na casa, vem cheio de brilho, vontade e expectativa.
Quer ajudar, quer aprender, quer se entrosar.
E, naturalmente, encontra afinidades: dois aqui, três ali, grupos pequenos que se aproximam, tomam café, dividem caronas, fazem oferendas juntos.
Até aí, tudo bem.
O coração busca companhia — isso é humano.
Mas, quando o assunto deixa de ser Umbanda e vira comentário sobre o outro irmão…
quando a afinidade vira exclusão…
quando a conversa inocente vira maledicência…
a panela deixa de ser grupo e passa a ser veneno.
E, sem perceber, o médium esquece o motivo que o trouxe ao Terreiro:
desenvolver sua mediunidade, servir, crescer, aproximar-se de Deus.
Em vez de olhar para o Alto, olha para os lados.
Em vez de vigiar a própria reforma íntima, vigia o erro do irmão.
Mas vestir o branco não faz ninguém santo.
Pisar no chão sagrado não transforma ninguém em perfeito.
E incorporar um guia não garante incorporar seus valores.
A Umbanda é hospital — não é vitrine.
É cura — não é competição.
É humildade — não é vaidade.
Onde houver seres humanos, haverá falhas.
E a pergunta não é:
“Por que o outro é assim?”
mas sim:
“Por que isso me incomoda tanto?”
Antes de apontar a queda do irmão, cuide da sua própria subida.
Antes de pedir mudança do outro, faça a sua.
E se os erros humanos dos seus irmãos são insuportáveis a ponto de te afastarem de Deus…
talvez seja hora de buscar outro Templo que lhe ajude a reencontrar o foco.
Porque terreiro raramente fecha por demanda externa.
Quem fecha terreiro é demanda interna.