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História da Umbanda

A Umbanda nasceu oficialmente em 15 de novembro de 1908, em Niterói (RJ), durante uma sessão espírita na Federação Espírita de Niterói.

Naquele dia, médiuns começaram a receber espíritos que se apresentavam como pretos-velhos, índios e crianças — manifestações consideradas inadequadas pelos padrões kardecistas da época. Os dirigentes acreditavam que essas entidades eram atrasadas devido à sua linguagem simples e origem social quando encarnadas.

Foi então que o jovem Zélio Fernandino de Moraes, de 17 anos, frequentando ali pela primeira vez, levantou-se tomado por uma força espiritual e falou em nome do Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Por meio dele, a entidade afirmou que nenhum espírito poderia ser julgado pela aparência, origem ou forma de se manifestar — pois todos são iguais perante Deus.

Dois dias depois, em 17 de novembro, como prometido, o Caboclo das Sete Encruzilhadas voltou a se manifestar, agora na casa da família Moraes, na Rua Floriano Peixoto, 30, em Neves (São Gonçalo). Ali foi fundada a Tenda Nossa Senhora da Piedade, o primeiro templo de Umbanda.

O Caboclo declarou que se iniciava uma religião nova, aberta a todos, em que seres espirituais de todas as linhas — caboclos, pretos-velhos, crianças, exús e tantos outros — poderiam trabalhar em benefício dos encarnados, sem restrições de cor, raça ou condição social.

Nascia, assim, a Umbanda, religião brasileira, simples, direta, acolhedora e profundamente espiritual.

 

O que é Umbanda?

 

A Umbanda é uma religião espiritualista brasileira que reúne elementos de:

  • tradições afro-brasileiras,

  • culturas indígenas,

  • espiritismo kardecista,

  • cristianismo,

  • e práticas mágicas populares.

 

Essa união não é confusão — é sincretismo consciente, que reflete a própria formação cultural do povo brasileiro.

 

Na Umbanda:

  • os Orixás são forças divinas, princípios universais, linhas de trabalho;

  • os guias espirituais são espíritos que já encarnaram e hoje se manifestam em linhas específicas (como caboclos, pretos-velhos, crianças, exús, ciganos etc.);

  • a prática é voltada ao auxílio, ao equilíbrio e à caridade.

 

A Umbanda não se define pelo que nega, mas pelo que afirma: fé simples, caridade, humildade, equilíbrio e amor.

 

A Umbanda: Muitas Formas, Um Só Coração

 

A Umbanda nasceu do encontro de várias tradições espirituais que formam o próprio Brasil.
Da ancestralidade africana herdamos a força dos Orixás, o respeito à natureza e a consciência das energias que regem o mundo.
Dos povos indígenas recebemos a sabedoria da terra, a medicina das ervas, a presença dos caboclos e a espiritualidade direta, simples e guiada pelos elementos.
Do espiritismo kardecista vieram a fé raciocinada, a noção de evolução, a reencarnação e o diálogo entre os planos.
Do cristianismo absorvemos os valores de caridade, amor ao próximo, humildade e perdão — sentimentos que sempre estiveram presentes no coração do povo brasileiro.

 

A Umbanda é o resultado vivo dessa fusão.
Mas não uma mistura confusa: é uma síntese harmônica, espiritual, profundamente brasileira.

 

Com o passar das décadas, a Umbanda se expandiu e se moldou às necessidades de cada região, cada comunidade e cada época.
Por isso, encontramos hoje diferentes modos de praticá-la: algumas casas mais próximas da simplicidade popular, outras mais próximas do estudo; algumas com maior influência africana, outras com estrutura mais racionalizada; algumas enfatizando os rituais, outras priorizando a palavra e a orientação.
Cada terreiro encontrou sua forma de expressar a fé — e todas essas formas são legítimas, desde que alinhadas ao propósito maior da religião.

 

Apesar das diferenças externas, a Umbanda é sempre a mesma na sua essência.
Ela crê em um Deus único, origem de todas as coisas; reconhece os Orixás como forças divinas que se manifestam na natureza e na vida; trabalha com espíritos que se dedicam ao auxílio da humanidade — caboclos, pretos-velhos, crianças, exús, boiadeiros, marinheiros, ciganos e tantos outros; entende a evolução como um caminho contínuo, guiado pela lei de causa e efeito; e utiliza a mediunidade como instrumento de caridade, cura, aconselhamento e transformação.

 

Esses fundamentos são o fio que costura todas as Umbandas, seja qual for o nome, a linha, o estilo ou a tradição.
A diversidade não nos separa — revela a riqueza espiritual que existe dentro da própria religião.
Somos muitos em aparência, mas um só em propósito: amparar, equilibrar, orientar, curar e servir.

 

Assim é a Umbanda: múltipla na forma, única no coração.
Uma religião nascida da fé do povo, moldada pela sabedoria dos espíritos e sustentada pelo amor.
Uma religião que se manifesta em diferentes caminhos, mas que, em cada um deles, proclama a mesma verdade: Umbanda é paz, é luz, é união.

 

E por isso, mesmo com tantas expressões diferentes, continuamos sendo — e sempre seremos — uma só Umbanda.

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