A Umbanda é, antes de tudo, uma religião monoteísta.
Cremos em um Deus único, soberano, eterno, incriado e infinitamente bom.
Chamamos esse Deus de Zambi, mas sabemos que Ele é o mesmo Deus reconhecido por todas as tradições espirituais: Jeová, Alá, Brahma, Grande Espírito… diferentes nomes para a mesma Inteligência Suprema que rege o Universo.

 

Para a Umbanda, Deus é:

​​

• imaterial,

• imutável,

• onipotente,

• onipresente,

• infinitamente justo e bom,

• e a causa primária de todas as coisas.

 

Nada acontece sem que suas Leis permitam.
E toda a criação está mergulhada em Sua presença.
Assim como somos banhados pela luz do sol, estamos também mergulhados na irradiação divina.

 

Se nem todos percebem Deus com clareza, é porque cada Espírito enxerga segundo o grau de sua própria evolução.
Os mais adiantados compreendem mais; os mais atrasados ainda se encontram envoltos em sombras morais, incapazes de ver além da matéria.
Mas o sentimento íntimo da existência de Deus está presente em todas as culturas e em todos os tempos.
Negá-lo seria admitir efeito sem causa.

 

Tanto a Umbanda quanto o Espiritismo convergem nessa compreensão:
o ser humano é livre, responsável pelos próprios atos e colhe, inevitavelmente, as consequências do bem e do mal que pratica.
E ambos colocam acima de tudo a caridade evangélica e a regra de ouro ensinada por Jesus:
“Fazer ao próximo o que gostaríamos que fosse feito a nós.”

 

Todos somos filhos de Deus e caminhamos para o mesmo destino: a perfeição relativa que os Espíritos podem alcançar.
Zambi nos criou simples e ignorantes, para que, pelo uso do livre-arbítrio, conquistássemos pouco a pouco o conhecimento, a virtude e a sabedoria.

 

Deus não criou o mal.
Criou Leis perfeitas.
Somos nós, quando infringimos essas leis, que geramos sofrimento.
A liberdade de escolher é o que dá mérito às conquistas e responsabilidade pelas quedas.

 

E é justamente para auxiliar a humanidade nesse processo evolutivo que existem os Orixás e as Entidades de luz.

 

Os Orixás não são deuses.
São expressões das leis de Zambi, forças da natureza e vibrações que organizam, equilibram e sustentam a vida.
Xangô simboliza e irradia a Justiça;
Oxum, o Amor e a Doçura;
Iemanjá, a Maternidade e o equilíbrio das águas;
e assim por diante.
São inteligências elevadas, comparáveis aos anjos das tradições cristãs, mas compreendidos dentro da linguagem espiritual brasileira.

 

As Entidades, por sua vez, são Espíritos que já viveram na Terra e, após muitas experiências, dedicam-se ao trabalho de amparo.
Pretos-Velhos, Caboclos, Exús, Erês e Ciganos conhecem profundamente as dores humanas, porque já passaram por elas.
Através da incorporação nos médiuns, orientam, ensinam, aconselham e ajudam a aliviar os sofrimentos daqueles que buscam auxílio.

 

A Umbanda vê a vida como uma escola.
Cada um de nós está em seu próprio momento de aprendizado, e Deus, em Sua sabedoria, permite que forças superiores nos acompanhem para que compreendamos, pela experiência e pela consciência, o caminho que nos leva à evolução.

 

Nos próximos textos falaremos mais sobre os Orixás e sobre as Entidades que trabalham na TEUJ, para que cada visitante possa compreender melhor a beleza e a profundidade desse culto tão brasileiro e tão cheio de luz.