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Animismo na Umbanda

O Papel da Alma do Médium nas Comunicações

 

O animismo é um tema que causa dúvidas em muitos médiuns, especialmente nos iniciantes.

De forma simples, chamamos de animismo a participação da própria alma do médium durante uma comunicação espiritual.

Ou seja: nem tudo o que surge no transe vem exclusivamente da entidade — parte vem do próprio médium.

Isso não é um erro.

Não é um defeito.

E, na maior parte das vezes, faz parte do processo mediúnico saudável.

 

O que é o animismo?

O animismo ocorre quando as emoções, os conhecimentos, as memórias, as crenças ou características do médium interferem ou se misturam com a comunicação da entidade espiritual.

Toda comunicação mediúnica passa, inevitavelmente, pelo instrumento humano — e por isso todo médium apresenta algum grau de animismo, até os mais experientes.

Por que isso acontece?

Durante o transe, o perispírito (corpo espiritual) do médium se expande, facilitando o contato com o plano astral.
Nesse estado, partes do seu inconsciente podem emergir, trazendo lembranças, sensações e percepções que estavam adormecidas.

Isso explica por que o animismo aparece mais forte nos médiums iniciantes, diminui com o tempo e o desenvolvimento, mas nunca desaparece completamente.

A mediunidade é uma parceria entre espírito e médium, e não uma “possessão” em que o médium deixa de existir.

Quando o animismo ajuda — e não atrapalha

Em muitos casos, a própria entidade utiliza o repertório do médium para se comunicar melhor.
Ela aproveita o seu vocabulário, sua forma de falar, seus conhecimentos, suas referências de vida, sua sensibilidade para construir uma mensagem clara e útil para quem está sendo atendido.

Ou seja: o animismo pode ser um recurso positivo, desde que o médium seja ético, equilibrado e comprometido com a verdade.

Por que é tão difícil distinguir animismo de mediunidade?

Porque a influência entre encarnados e desencarnados é muito sutil.
O médium sente, percebe, pensa, intui e ao mesmo tempo recebe impressões da entidade.

Por isso, é comum que ele se pergunte: -“Sou eu pensando… ou é a entidade?”

A resposta mais honesta é: provavelmente, os dois.

A mente humana e a mente espiritual trabalham juntas na comunicação.

Com o tempo, o médium aprende a identificar suas próprias emoções e pensamentos — e isso ajuda a perceber melhor o que vem da entidade.

 

O animismo como ferramenta de aprendizado

Em certos momentos, os guias deliberadamente interrompem o fluxo de ideias, deixando o médium “sozinho” por alguns instantes.
Isso não é abandono — é treinamento espiritual.

Ao fazer isso, os guias avaliam se o médium mantém a linha moral correta, se consegue sustentar a mensagem sem distorcer, se permanece ligado ao propósito do trabalho e se usa bem seus próprios recursos internos.

Esse exercício desenvolve o improviso, a clareza, o equilíbrio emocional, a capacidade de concentração e a maturidade mediúnica.

Com a prática, o médium ganha firmeza, confiança e discernimento.

O papel do animismo no desenvolvimento

Para quem está começando, o animismo costuma aparecer mais forte — e isso gera insegurança, medo e dúvida.
Mas com o tempo a mente se educa, o emocional se equilibra, o transe se estabiliza, e o animismo passa a um nível saudável e natural.

Mesmo assim, ele nunca desaparece.

O médium continua sendo humano — com emoções, experiências e limitações.

E isso é exatamente o que faz dele um bom instrumento para os guias, desde que trabalhe com humildade e disciplina.

Conclusão: animismo não é falha — é parte do caminho

O animismo só se torna um problema quando o médium inventa, fantasia ou coloca suas opiniões acima da entidade.

Fora isso, o animismo é apenas a manifestação natural da alma durante o transe.

Os guias confiam no médium e utilizam seus recursos internos porque querem que ele também aprenda, cresça e evolua.

Se os guias quisessem, poderiam apagar completamente a consciência do médium, mas não fazem isso porque a Umbanda é uma religião de consciência, parceria e evolução mútua.

O animismo é parte dessa troca. É parte da mediunidade. É parte do caminho espiritual.

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